Terapia hiperbárica acelera cicatrizações de cirurgias

Avanços científicos colocam tratamento entre os mais indicados em todo o mundo para a redução de riscos e melhoria do processo pós-operatório

7/16/20243 min ler

A busca pela terapia hiperbárica vem crescendo em todo o mundo, e no Brasil essa procura também vem se expandindo. Um projeto de lei que ainda tramita na Câmara dos Deputados pretende, inclusive, oferecer o tratamento através do Sistema Único de Saúde (SUS). A ideia do PL 6.107/23 é que isso seja feito com o acréscimo do uso de células-tronco e oxigenoterapia. A notícia é boa para quem faz uso do SUS, mas não é necessário esperar para ter o tratamento de imediato.

Algumas clínicas e hospitais particulares já oferecem a terapia, como é o caso do Hospital São Rafael, localizado em Belo Horizonte. “Disponibilizar a medicina hiperbárica em favor dos pacientes é uma conquista diante da busca pelo aprimoramento que este setor vem tendo em todo o mundo. A terapia hiperbárica é uma espécie de Santo Graal no que se refere aos cuidados pós-operatórios”, compara Flávia Nápoles, diretora executiva do Hospital São Rafael.

E essa exaltação não ocorre por acaso. A Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica (SBMH) lista uma série de benefícios que o tratamento pode oferecer. Dentre eles estão o combate a infecções bacterianas e por fungos, a normalização da cicatrização de feridas crônicas e agudas, a neutralização de substâncias tóxicas e toxinas e a capacidade de potencializar a ação de alguns antibióticos no organismo. Após uma cirurgia plástica os benefícios também são muitos: redução do risco de complicações, tratamento da necrose de tecidos, recuperação mais rápida e confortável e a minimização de cicatrizes e deformidades.

“Esses e outros efeitos são alcançados quando se submete o paciente à exposição de um oxigênio 100% puro e limpo, numa câmara pressurizada que cria um ambiente até três vezes maior do que a pressão normal”, explica Felipe Villaça, médico especialista em cirurgia plástica que atua na FVG Cirurgia Plástica. “Isso condiciona o organismo a acelerar a recuperação cirúrgica, inclusive de incisões mais profundas. É um ganho notável, visível, que proporciona um aumento da qualidade de vida do paciente recém-operado, além de outros que estão passando por diversos tipos de tratamentos”, complementa.

Além disso, o cirurgião-plástico esclarece que não existe desconforto ao paciente. “Por estarem sob uma pressão maior, e é daí que vem o nome ‘hiperbárica’, muitos indivíduos sentem apenas essa pressão elevada, que é bem parecida com a de quem está viajando de avião. A diferença, evidentemente, é que para o caso do tratamento há uma ação controlada do ambiente que recondiciona o corpo a entrar num processo de cura”, pontua o médico da FVG.

Primeiro passo do tratamento: o diálogo

Embora seja benéfico e com raras contraindicações, a diretora executiva Flávia Nápoles adverte que o paciente deve dialogar antes com o médico responsável pela cirurgia ou por algum tratamento pelo qual já esteja passando. “A medicina hiperbárica não é um substituto dos demais procedimentos. Pelo contrário, é um auxiliar, uma ferramenta que irá proporcionar resultados ainda mais robustos. Por isso, não apenas a medicina hiperbárica, mas qualquer outro procedimento que seja feito paralelamente aos métodos adotados pelo profissional deve ser comunicado”, alerta.

“No caso do Hospital São Rafael, o fato de já termos ambientes adequados aos diversos tipos de cirurgia permite que o médico já considere orientar previamente o paciente a respeito do método. É possível, em diversos casos, adotar a terapia no pré e no pós-operatório”, sugere.

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